quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A HISTÓRIA DA ARTE DO EXPRESSIONISMO

 


A HISTÓRIA DA ARTE DO EXPRESSIONISMO

       O expressionismo foi um movimento cultural de vanguarda surgido na Alemanha nos primórdios do século XX, de indivíduos que estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que na sua exteriorização, projetando na obra de arte uma reflexão individual e subjetiva. Ou seja, a obra de arte é reflexo direto do mundo interior do artista expressionista.
Os retirantes - Cândido Portinari

Cabeça de mulher(Dora Maar) Picasso

  Madonna – Edvard Munch


O principal precursor deste movimento foi o pintor holandês Vincent Van Gogh, que, com seu estilo único, já manifestava, através de sua arte, os primeiros sinais do expressionismo. Ele serviu como fonte de inspiração para os pintores: Érico Heckel, Francisco Marc, Paulo Klee, George Grosz, Max Beckmann, etc. Há ainda muitos outros pintores, entre eles, Pablo Picasso, que também foram influenciados por esta manifestação artística. Outro importante pintor expressionista foi o norueguês Edvard Munch, autor da conhecida obra O Grito.
Auto retrato – Vincent Van Gogh

                                        O Grito – Edvard Munch

    
       O expressionismo plasmou-se num grande número de campos: arquitetura, artes plásticas, literatura, música, cinema, teatro, dança, fotografia, etc.
       O expressionismo costuma ser entendido como a deformação da realidade para expressar mais subjetivamente a natureza e o ser humano, dando primazia à expressão dos sentimentos mais que à descrição objetiva da realidade.
       Com as suas
cores violentas e a sua temática de solidão e de miséria, o expressionismo refletiu a amargura que invadia os círculos artísticos e intelectuais da Alemanha pré-bélica, bem como da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e do período entre-guerras (1918-1939). Essa amargura provocou um desejo veemente de transformar a vida, de buscar novas dimensões à imaginação e de renovar as linguagens artísticas. O expressionismo defendia a liberdade individual, a primazia da expressão subjetiva, o irracionalismo, o arrebatamento e os temas proibidos –o excitante, demoníaco, sexual, fantástico ou pervertido.
      O termo "expressionismo" foi utilizado pela primeira vez pelo pintor francês Julien-Auguste Hervé, que usou a palavra "expressionisme" para designar uma série de quadros apresentados no Salão dos Independentes de Paris em 1901, em contraste com o impressionismo.
Arquitetura Ver artigo principal: Arquitetura expressionista
        A arquitetura expressionista desenvolveu-se nomeadamente na Alemanha, Países Baixos, Áustria, Checoslováquia e Dinamarca. Caracterizou-se pelo uso de novos materiais, suscitado ocasionalmente pelo uso de formas biomórficas ou pela ampliação de possibilidades oferecida pela fabricação massiva de materiais de construção como o tijolo, o aço ou o vidro. Muitos arquitetos expressionistas combateram na Primeira Guerra Mundial, e a sua experiência, combinada com os câmbios políticos e sociais produto da Revolução Alemã de 1918-1919, terminaram em perspectivas utópicas e um programa socialista romântico. A arquitetura expressionista recebeu a influência do modernismo, sobretudo da obra de arquitetos como Henry van de Velde, Joseph Maria Olbrich e Antoni Gaudí. De caráter fortemente experimental e utópico, as realizações dos expressionistas destacam-se pela sua monumentalidade, o emprego do tijolo e da composição subjetiva, que outorga às suas obras certo ar de excentricidade.

Ópera de Sydney- Expressionismo Moderno

Torre Einstein - Alemanha

Escultura
       A escultura expressionista não teve um selo estilístico comum, sendo o produto individual de vários artistas que refletiram na sua obra quer a temática quer a distorção formal próprias do expressionismo.
      Na década de 1920, a escultura derivou para a abstração, seguindo o rumo das últimas obras de Lehmbruck, de marcada estilização geométrica tendente à abstração. Assim, a obra de escultores como Rudolf Belling, Oskar Schlemmer e Otto Freundlich caracterizou-se pelo abandono da figuração para uma libertação formal e temática da escultura.

                                            Abelardo da Hora 

Rudolf Belling


Pintura
  Ver artigo principal: Pintura expressionista

      A pintura desenvolveu-se nomeadamente em torno de dois grupos artísticos: Die Brücke, fundado em Dresde em 1905, e Der Blaue Reiter, fundado em Munique em 1911. No pós-guerra, o movimento Nova Objetividade surgiu como contrapeso ao individualismo expressionista defendendo uma atitude mais comprometida socialmente, embora técnica e formalmente fosse um movimento herdeiro do expressionismo. Os elementos mais característicos das obras de arte expressionistas são a cor, o dinamismo e o sentimento. O fundamental para os pintores de princípios de século não era refletir o mundo de maneira realista e fiel –justo ao contrário dos impressionistas– mas, sobretudo, expressar o seu mundo interior. O objetivo primordial dos expressionistas era transmitir as suas emoções e sentimentos mais profundos.
Cora Torres- estilo Die Brucker


 O Circo – estilo Der Blaue Reiter

Expressionismo no Brasil
      Em nosso país o movimento também foi importante. Podemos destacar, nas artes plásticas, os artistas expressionistas mais importantes: Candido Portinari, que retratou em suas telas a migração do povo nordestino para as grandes cidades e a vida dos agricultores, operários e desfavorecidos.
Os retirantes    


  O mestiço    


 O lavrador de café

Outros representantes do expressionismo brasileiro:
- Anita Malfatti - pode ser considerada a artista que introduziu as vanguardas européias em território brasileiro. Retratou em suas obras retratos nus, cenas populares cotidianas e paisagens. Usou cores fortes e violentas em suas obras.
ANITA MALFATTI





- Lasar Segall - é considerado o primeiro artista a introduzir o expressionismo alemão em território sul-americano. Uma de suas obras mais conhecidas é "Emigrante Navio" de 1939.

LASAR SEGALL




- Osvaldo Goeldi (autor de diversas gravuras).

GOELDI








   

terça-feira, 15 de novembro de 2011

A HISTÓRIA DA ARTE DO RENASCIMENTO

     


                            



   HISTÓRIA DA ARTE RENASCENTISTA
      O Renascimento foi uma época ou movimento de renovação das artes e ciências europeias, entre os séculos XIV a XVI, marcado pela valorização da Antiguidade Clássica.
      O Renascimento Italiano se espalhou pela Europa, trazendo novos artistas que nacionalizaram as ideias italianas...
                                             Querubim    

                                       Criação de Adão de Michelangelo

RENASCIMENTO CULTURAL ou RENASCENTISMO
      O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização europeia que se desenvolveu entre 1300 e 1650, sobretudo no século XVI. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica.
      O ideal do humanismo foi sem duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.
      Ou seja, a partir do Renascimento, o ser humano passou a ser o grande foco das preocupações da vida e do imaginário dos artistas. O retrato, por exemplo, tornou-se um dos gêneros mais populares da pintura, utilizado, na ausência da fotografia, para o registro de pessoas e famílias nobres e burguesas.

                                  Michel de Montaigne  

                                     Sandro Botticelli  

                
                            Leonardo Da Vinci


      Dentro desse universo de figurações, o auto retrato se estabelece como um subgênero repleto de peculiaridades. Nele, o artista se retrata e se expressa, numa tentativa de leitura e transmissão de suas características físicas e sua interioridade emocional.
      Ali também, na maneira como utiliza cores e pinceladas, no modo como desenha suas próprias formas e lhes atribui volumes e texturas, o artista constrói seus próprios comentários sobre a natureza e os atributos da arte.
Características-gerais:

ü   Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais;
ü   As qualidades mais valorizadas no ser humano passaram a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico;
ü  Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus ( teocentrismo ), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo);
ü   A razão e a natureza passam a ser valorizadas com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo.
      Durante os séculos XIV e XV, as cidades italianas como, por exemplo, Gênova, Veneza e Florença, passaram a acumular grandes riquezas provenientes do comércio. Estes ricos comerciantes, conhecidos como mecenas, começaram a investir nas artes, aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. Por isso, a Itália é conhecida como o berço do Renascentismo. Porém, este movimento cultural não se limitou à Península Itálica. Espalhou-se para outros países europeus como, por exemplo, Inglaterra, Espanha, Portugal, França, Polônia e Países Baixos.
Principais representantes do Renascimento Italiano e suas principais obras:
- Giotto di Bondone (1266-1337) - pintor e arquiteto italiano. Um dos precursores do Renascimento. Obras principais: O Beijo de Judas, A Lamentação e Julgamento Final.
- Michelangelo Buonarroti (1475-1564)- destacou-se em arquitetura, pintura e escultura.Obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina (Juízo Final é a mais conhecida).
- Rafael Sanzio (1483-1520) - pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus).
- Leonardo da Vinci (1452-1519)- pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, etc. Obras principais: Mona Lisa, Última Ceia.
- Sandro Botticelli - (1445-1510)- pintor italiano, abordou temas mitológicos e religiosos. Obras principais: O nascimento de Vênus e Primavera.
- Tintoretto - (1518-1594) - importante pintor veneziano da fase final do Renascimento. Obras principais: Paraíso e Última Ceia.
- Veronese - (1528-1588) - nascido em Verona, foi um importante pintor maneirista do Renascimento Italiano. Obras principais: A batalha de Lepanto e São Jerônimo no Deserto.

                                    Da Vinci     

                                    Giotto   


                  
                       Michelangelo

                                Rafael Sanzil 

                            Sandro Botticelli     

                                  Tintoretto

Pintura Renascentista:
       Duas grandes novidades marcam a pintura renascentista: a utilização da perspectiva, através da qual os artistas conseguem reproduzir  em suas obras, espaços reais sobre uma superfície plana, dando a noção de profundidade e de volume, ajudados pelo jogo de cores que permitem destacar na obra os elementos mais importantes e obscurecer os elementos secundários, a variação de cores frias e quentes e o manejo da luz permitem criar distâncias e volumes que parecem ser copiados da realidade: e a utilização da tinta à óleo, que possibilitará a pintura sobre tela com uma qualidade maior, dando maior ênfase á realidade e maior durabilidade às obras.




        Outra característica da arte do Renascimento, em especial da pintura, foi o surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo.
Arquitetura renascentista
       Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque.
       Os arquitetos renascentistas perceberam que a origem de construção clássica estava na geometria euclidiana, que usava como base de suas obras o quadrado, aplicando-se a perspectiva, com o intuito de se obter uma construção harmônica.      A pesar de racional e antropocêntrica, a arte renascentista continuou cristã, porém as novas igrejas adotaram um novo estilo, caracterizado pela funcionalidade e portanto pela racionalidade, representada pelo plano centralizado, ou a cruz grega. Os palácios também foram construídos de forma plana tendo como base o quadrado, um corpo sólido e normalmente com um pátio central, quadrangular, que tem a função de fazer chegar a luz às janelas internas.

                    Basílica de São Pedro, Vaticano  


                             Catedral de Florença
   Escultura renascentista

         Pode-se dizer que a escultura é a forma de expressão que melhor representa o renascimento, no sentido humanista. Utilizando-se da perspectiva e da proporção geométrica, destacam-se as figuras humanas, que até então estavam relegadas a segundo plano, acopladas Às paredes ou capitéis. No renascimento a escultura ganha independência e a obra, colocada acima de uma base, pode ser apreciada de todos os ângulos.
        Dois elementos se destacam: a expressão corporal que garante o equilíbrio, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas; e as expressões das figuras, refletindo seus sentimentos. Mesmo contrariando a moral cristã da época, o nu volta a ser utilizado refletindo o naturalismo. Encontramos várias obras retratando elemento mitológicos, como o Baco, de Michelangelo, assim como o busto ou as tumbas de mecenas, reis e papas.
                                       Pietá   
        
                            Adão, púlpito do Batistério de Pisa

  
                                        David
       Ao abrir o mundo à intervenção do homem, o Renascimento sugeriu uma mudança da posição a ser ocupada pelo homem no mundo. Ao longo dos séculos posteriores ao Renascimento, os valores por ele empreendidos vigoraram ainda por diversos campos da arte, da cultura e da ciência. Graças a essa preocupação em revelar o mundo, o Renascimento suscitou valores e questões que ainda se fizeram presentes em outros movimentos concebidos ao logo da história ocidental.